segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dias & Riedweg inovam em exposição

A artista Tomie Ohtake

Assim como muitos outros, a japonesa naturalizada brasileira Tomie Ohtake, é uma nikkei que alcançou destaque em sua área de atuação. Ela veio para São Paulo, em 1936, mas só iniciou sua carreira aos quarenta anos de idade. Pintora, gravadora e escultora exibiu sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna. Tomie Ohtake também recebeu o prêmio melhor pintor do ano, em 1974 e 1979, e, em 1983, o prêmio personalidade artística do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1995 recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura. Em 2000, foi lançado em São Paulo o Instituto Tomie Ohtake, idealizado e coordenado por Ricardo Ohtake e projetado por Ruy Ohtake.

Atualmente, o Instituto apresenta uma exposição de Dias & Riedweg, com curadoria de Agnaldo Farias, que expressa alteridade por meio de vídeoinstalações e fotografias em torno do conceito de paraíso. Logo no começo a atenção é focada para várias maletas abertas, dentro delas há um vídeo mostrando cada maleta sendo passada de mão em mão.

Em um ambiente o público se surpreende com dois vídeos. Um deles apresenta o funk na favela, com os moradores dançando, fazendo churrasco, brincando com uma boneca inflável e se divertindo. Cada cena é comparada com uma gravura de índios. Ao redor da sala há algumas gravuras representando fotografias do mesmo episódio do vídeo. Ao atravessar uma série de balanças, que forram o chão, os espectadores assistem ao outro vídeo que é dividido em duas partes. Em um deles um travesti lê a Constituição e o outro foca nos moradores da favela dançando funk.

O segundo ambiente se inicia com um vídeo que mostra duas pessoas se olhando, depois há uma sequência de vários mini vídeos, cada um em um cenário diferente com uma história particular. Ao andar alguns passos o público se depara com um telão envolto por um quadrado cheio de areia e algumas cadeiras. Ele projeta um filme que conta uma história de amor, que envolve três pessoas isoladas em uma ilha, com o cenário da praia. Ao fundo da sala é possível ver outro telão que mostra o mar. No mesmo ambiente também há algumas gravuras que possibilitam a movimentação das imagens conforme a posição do espectador.

A exposição surpreende pelo fato de promover o inesperado. Geralmente as pessoas vão às exposições esperando ver quadros e esculturas, raramente vídeos e fotografias são expostos no lugar destes. Essa substituição costuma focar mais a atenção do público, além de facilitar o entendimento do que os artistas querem transmitir. Nunca tinha ouvido falar nesses artistas, mas a idéia que tive deles foi a de inovação, o que não poderia ser mais propício em uma era de tecnologias que nós estamos vivendo. Portanto, vale a pena conferir!

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails