quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mulheres invadem as corridas

Competições no Jockey Club são também uma guerra dos sexos

As mulheres estão mostrando que não existem mais profissões só para homens e um exemplo disso são as joquetas, mulheres que disputam corridas de cavalo. Apesar de serem apenas cinco mulheres correndo atualmente no Jockey Clube de São Paulo, a participação delas está cada vez mais importante.


Jeane Alves é uma delas, que saiu de Acopiara, Ceará, e veio para São Paulo com o objetivo de realizar seu grande sonho: garantir o seu espaço no turfe mundial. Ela está morando em São Paulo há um ano e 10 meses e já conseguiu muitas vitórias em sua carreira, inclusive receber o prêmio de melhor joqueta do Jockey Club da Cidade Jardim.

Para quem não sabe como essa disputa funciona, Jeane explica que ocorrem em média dez páreos (corridas) a cada dia de competição e que em cada corrida ela corre com um cavalo diferente. Sobre a premiação, a joqueta conta que esta só existe até o quinto colocado.

Ao ser questionada sobre se há alguma competição especial entre homens e mulheres Jeane diz: “Os meninos têm preconceito com as meninas. Eles nos criticam porque podemos pesar dois quilos a menos de vantagem e eles queriam que fosse peso a peso”. Ela justifica esse benefício como sendo necessário: “Já que falam que a mulher é frágil, nós temos o direito de ter essa vantagem. Afinal, temos menos força”.

Para Jeane, deveria haver mais mulheres nas raias para uma disputa igualitária: “Às vezes competem 10 jóqueis e uma joqueta. Seria bem legal se houvesse mais mulher ou que fosse dividido meio a meio. Pelo menos seria mais justo”. A jovem joqueta atribui esse problema a discriminação da profissão: “Existe muita discriminação por ser um trabalho masculino. Elas (mulheres) se sentem frágeis de ficar num lugar onde só tem homem”.

Nascida e criada em uma fazenda, Jeane Alves convive com cavalos desde sua infância: “Quando criança mexia com cavalos e, conforme eu fui crescendo, comecei a participar da vaquejada (competição na qual dois vaqueiros a cavalo têm que fechar o boi e derrubá-lo)”.

A rotina de treinos é puxada, os jóqueis e as joquetas treinam das 6 às 10 horas da manhã e depois das 14h30min às 16h. Além disso, a alimentação também deve ser balanceada: “Temos que manter o peso. A gente come mais frutas, mais coisas lights, muitos legumes e verduras, carne com menos gorduras etc”.

Quando interrogada sobre os seus planos Jeane conta que pretende parar: “A gente precisa parar um dia. Precisa pensar no futuro, nos estudos, temos vontade de criar uma família. Não tem como conciliar a família, os estudos e a profissão. Além do mais, a mulher vai ficando mais pesada e mais velha, o que dificulta. Lá pelos 30 anos pretendo dar adeus aos cavalos”.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails