terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Então é Natal...


O Natal já é belo por si só, mas os enfeites espelhados pela cidade o deixam ainda mais bonito. É impossível não se encantar com a cidade mais colorida e iluminada. Uma dica para que gosta de ver as decorações natalinas é a Avenida Paulista que, além de estar toda iluminada, ainda conta com a apresentação de corais tanto na hora do almoço quanto ao final da tarde. Os principais ficam nos seguintes trechos da avenida: Center 3 (próximo ao metrô consolação), no Banco Itaú Personalitté, Hospital Oswaldo Cruz e Hospital Santa Catarina Hall.

Além dos corais, ocorrerão shows no principal cartal postal da cidade de São Paulo. No dia 24 às 12 horas, teremos a apresentação gratuita de cantores como Agnaldo Rayol, Vanessa Jackson, entre outros.

Mas não é só a Paulista que está decorada, existem diversas ruas de São Paulo que dão um show de iluminação: Av. Braz Leme, Av. 23 de Maio Av. Dos Bandeirantes, Av. Ver. José Diniz, Av. Rober t Kennedy, Praça Nicolau Aranha, Av. Juscelino Kubistcheck, Av. Hélio Pellegrino, Av. República do Líbano, Av. Cidade Jardim, Av. Faria Lima, R. Pedroso de Morais, Av. Prof. Fonseca Rodrigues, R. Cerro Cora, R. Guaipá, Praça John Lennon, Av. Rebouças, Av. Pacaembu, Av. Sumaré, Av. Pompéia, R. Da Consolação etc.

Portanto, corra enquanto ainda há tempo e aproveita as quentes noites de verão para visitar as belas decorações da nossa linda cidade.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Liberdade: o bairro japonês de São Paulo

Para os fanáticos de plantão, falar em cultura japonesa significa apenas um bairro: Liberdade. Localizado na cidade de São Paulo, ele é um dos poucos que imita estreitas ruas japonesas. Possui típicas lanternas orientais, letreiros na vertical, jardins e feiras de artesanato.

Mas o que poucos sabem é que a história deste bairro não é tão antiga assim. A vinda dos japoneses para o Brasil iniciou-se somente em 1908, quando o navio Kasato Maru atracou no porto de Santos. Eles, com tradições completamente diferentes, assim como a maioria dos emigrantes da época buscavam melhores condições de vidas para si e suas famílias.

A formação do bairro da Liberdade, entretanto, só foi iniciada em 1912, quando alguns imigrantes japoneses passaram a morar na rua Conde de Sarzedas, próxima a um rio e um mangue. Já por volta de 1932 eram mais de dois mil japoneses em São Paulo, que vinham diretamente de seu país e também do interior, onde costumavam trabalhar na lavoura.

A vida dos imigrantes no bairro, apesar de melhorias, ainda sofreu muito com a 2ª Guerra Mundial, pois Getúlio Vargas, na época presidente do Brasil, rompeu relações diplomáticas com o Japão e, ainda, decretou a expulsão dos japoneses que moravam nas ruas que futuramente comporiam a Liberdade. O lugar, então, tornou-se oficialmente um bairro japonês somente em 1969 e, a partir daí, passou a ser a maior colônia japonesa do mundo, ou seja, a maior concentração de japoneses fora de seu país de origem.

Hoje muitos japoneses deixaram de residir na região, mantendo apenas seus estabelecimentos comerciais, o que deu espaço para chineses e coreanos irem para o bairro. Apesar disso, as características tipicamente japonesas das ruas atraem inúmeros turistas todos os dias. São pessoas de todos os cantos em busca de outro país dentro do Brasil já que, de fato, a Liberdade possui características que não são encontradas em mais nenhum lugar.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A língua além do som


Criado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa proporciona um mistura de sensações em seus visitantes, que podem interagir com as palavras e descobrir a origem de algumas delas.

O primeiro andar do museu é sempre dedicado a mostras temporárias, sendo que a última foi inspirada no ano da França no Brasil. Essa exposição revelou aos visitantes as influências francesas tanto em nossa língua como em nossa cultura.

Já a atual exibição temporária intitulada “Cora Coralina: coração do Brasil” é sobre a famosa poetisa Cora Coralina, que completaria 120 anos neste ano. É possível ver poemas, vídeos com declarações da autora, além de textos pessoais e inéditos, como o seu diário.
No segundo andar do museu há uma exposição fixa que mostra como a língua sobreviveu e mudou ao longo da história de nosso país e uma mesa em que podemos unir as sílabas expostas e
decobrir a origem e o significado de casa palavra.

Por fim, no terceiro andar, há um vídeo sobre a origem da língua portuguesa, um de nossos maiores patrimônios, seguida de uma apresentação de famosos poemas de nossa literatura. Esta segunda parte é feita em uma sala escura na qual são projetadas na parede, no chão e no teto palavras e frases importantes dos textos, simultaneamente à narração.


O museu está localizado no prédio da Estação da Luz, em frente à Pinacoteca do Estado. O horário de funcionamento é das 10h as 18h de terça a domingo e o ingresso custa 6 reais, sendo que estudantes pagam meia entrada e crianças menores de 10 anos e idosos entram gratuitamente. Aos sábados a entrada é franca.


domingo, 22 de novembro de 2009

Cultura Paulistana


AONDE IR EM SÃO PAULO:

Primeira mostra de arte de rua no MASP: Exposição De Dentro Para Fora - De Fora Para Dentro de 20/11/2009 a 05/02/2010 Seis artistas levam a artes das ruas para o interior do MASP: Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff, Titi Freak e Zezão. Durante 15 dias eles coloriram as paredes internas do hall cívico e do mezanino do museu.
Aonde: Av. Paulista, 1.578 - de ter. a dom. das 11h/18h e qui. das 11h/20h R$15 (ter grátis)

Quinta semana Pirelli de Cinema Italiano - de 23/11 a 30/11
Destaque da programação para exibição das principais obras de Giuseppe Tornatore e workshop com Bruno Bozzetto. O festival, realizado pela Câmara Ítalo-Brasileirade Comércio, Indústria e Agricultura com o patrocínio da Pirelli, traz as melhores obras cinematográficas realizadas nos últimos dois anos na Itália.
Aonde: Faap - Rua Alagoas, 903 - Higienópolis

Mostra Cine Teatro Brasil - de 19/11 a 25/11
Cinema + teatro + dança = diversidade cultural
A mostra apresenta 15 títulos na programação.
Aonde: Sala Guiomar Novaes, da Funarte São Paulo (al. Nothmann 1058, nos Campos Elíseos)

Vitrine Cultural (R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia) - de 13/10 a 06/12
Agora ficou barato ir ao teatro! Confira a programação!
Aonde: Teatro Imprensa - R. Jaceguai, 400 - Bela Vista

Exposição Rio Amazonas - até 21/03/2010 - grátis
Marcel Gautherot expõe as fotos do Rio Amazonas.
Aonde: Instituto Moreira Salles - R. Piauí, 844 - Higienópolis
Horários: sáb. e dom. das 13h/18h e qui.(26)

Vira Cultura - A Livraria Cultura promove 35 horas de cultura sem parar - das 9h do dia 28/11 às 20h do dia 29/11



Pocket shows musicais, apresentações circenses e de dança, saraus literários, atividades infantis, sessões de cinema, aulas de ioga com música ao vivo, DJ set, stand up comedy e atrações para todos os públicos.
Aonde: Livraria Cultura do Conjunto Nacional - Av. Paulista, 2073

Exposição "Eu Tenho Um Sonho: De King a Obama - A Saga Negra do Norte"
Exposição histórica celebra a eleição de Barack Obama à Presidência dos EUA se valendo do passado em que os negros lutavam por igualdade e direitos civis nos EUA, fazendo a relação entre a América do Norte e o Brasil e reforçando o vínculo entre Martin Luther King e Obama. O museu também realizará entre segunda e quarta-feira o seminário Inclusão e Exclusão do Negro nos EUA e no Brasil e promoverá, a partir de janeiro, festival de filmes em seu auditório.
Aonde: Museu Afro Brasil - Parque do Ibirapuera - grátis
Horários: até 25/01/2010 das 10h às 17h (fecha seg.)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Caminhando nas estrelas


O Pequeno Príncipe na Oca’’ encanta e faz adultos voltarem à infância


“Siga o caminho das estrelas’’. É desse modo que o visitante da exposição O Pequeno Príncipe na Oca é recepcionado. Instalada na OCA, a mostra, que conta a história do piloto, jornalista e ilustrador Saint-Exupéry e de seu mais célebre personagem, teve início em Outubro e permanece até o dia 20 de Dezembro.

Ao seguir, literalmente, o caminho das estrelas, crianças e adultos se transportam para o universo do Pequeno Príncipe, onde cada componente de sua história toma a forma de um cenário colorido e interativo. É ainda, nesta primeira parte da mostra, que um dos cenários foi transformado na caixa desenhada pelo autor quando o príncipe fez seu tão famoso pedido: ‘’Por favor... Desenha-me um carneiro?’’. Na caixa, é possível que todos desenhem para o Petit Prince.

Exposição ''O Pequeno Príncipe na Oca'' fotos por Thamires Freitas
O primeiro andar é dedicado inteiramente à trajetória de Saint-Exupéry. O cenário é bastante interessante, parecido com uma pequena galeria: enquanto por dentro encontram-se expostos objetos pessoais do autor, incluindo um livro publicado em 1943, por fora, nas paredes da própria galeria, se encontra ‘’A História de uma história’’. Esta parte conta a vida de Saint-Exupéry através de pequenos textos e vídeos. O ambiente ainda expõe edições do livro de diversos países, envelopes, plantas de aviões, roteiros, cartas, luvas de piloto, jornais com artigos do autor, fotos, entre outros objetos inéditos.
Exposição ''O Pequeno Príncipe na Oca'' fotos por Thamires Freitas
No subsolo, o avião de Saint-Ex (apelido dado pelos amigos) ganha réplica, assim como o local de sua queda, o deserto da Líbia. Tudo isso presente num atlas gigantesco que mostra os países da rota do piloto. Lá, ainda são exibidos cartazes que, colados em pedras, são repletos de imagens, curiosidades, marcos da vida do autor, e claro, muitas informações de seu mais conhecido romance. Ao longo do cenário também está o poço - que foi descoberto pelo autor na história - após sua cansativa caminhada pelo deserto com o principezinho nos braços.

Saint-Exupéry também ganha vida! Atores, vestidos como pilotos, encenam tentativas frustradas de conserto do avião e pedem socorro aos visitantes. A interação com o público é algo a ser ressaltado. Além de tirar fotos e conversar com as crianças, estes artistas indicam ao público a visita ao Petit Cinéma, um pequeno auditório em que um ator com vestes de aviador conta a história do Pequeno Príncipe. Através de uma linguagem simples e divertida, tanto crianças como adultos se prendem ao enredo tão suave. No final da apresentação, os participantes ganham pequenos gibis que sintetizam o livro.
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Exposição ''O Pequeno Príncipe na Oca'' fotos por Thamires Freitas

O segundo andar traz um momento encantador, os visitantes se deparam com o asteróide B 612. No planeta do Pequeno Príncipe, além de encontrar a rosa e os vulcões, é possível andar, deitar e ter a noção de como é a vista do Universo da morada do personagem, visto que projeções são feitas no teto reproduzindo o dia, a noite e os planetas visitados por ele. O ambiente de pouca claridade possui música suave e é repleto de pufes, proporcionando um momento de relaxamento e de maior contato com a vida do pequeno herói em seu planeta.


Exposição ''O Pequeno Príncipe na Oca'' fotos por Thamires Freitas
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O Pequeno Príncipe não é uma obra simples, seus personagens são metafóricos e carregados de simbolismos. A história nos mostra as mudanças dos valores da humanidade e, não se pode esquecer, a criança que cada um de nós carrega. A exposição ‘’O Pequeno Príncipe na Oca’’ é a maior mostra sobre o tema feita no mundo, aproveite e visite a obra resultada do profundo pensamento de Saint-Exupéry e relembre os valores essenciais da vida tão alertados pelo principezinho durante sua passagem na Terra. E, lembre- se: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”, Antoine de Saint-Exupéry.
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Clique aqui para acessar o site da exposição.

domingo, 1 de novembro de 2009

Das ruas para as galerias



A arte do grafite revelada pelos OSGEMEOS que invadiu o mundo com sua personalidade e os traços urbanos das grandes metrópoles é apresentada em uma exposição no Museu de Arte Brasileira.

Típicos paulistanos, Otávio e Gustavo Pandolfo começaram sua carreira pintando muros do Cambuci e logo ganharam o mundo, seus traços inconfundíveis podem ser encontrados andando pelas ruas de São Paulo, entre suas pinturas em São Paulo estão a fachada da Fortes Villaça, no bairro da Vila Madalena, com quem eles tem contrato. No exterior suas obras mais conhecidas estão em Londres na fachada do Tate Modern e em NY no muro que cruza a Bowery com a Houston.

A mesma cidade que foi o reduto da arte d’OSGEMEOS cometeu o “engano” no ano passado de apagar seus grafites por causa de um projeto da prefeitura que pretendia revitalizar fachadas da região central, em um dos casos foi apagado um mural de 680 metros entre Avenida 23 de Maio e o elevado Costa e Silva.


A exposição condensa grafites e esculturas inéditas que refletem o mundo urbano como um caleidoscópio que entre a realidade e o sonho e enche os olhos de quem vê. Com um vasto histórico suas obras já percorreram o mundo e fascinam a todos pelos contrastes entre a melancolia e a alegria das cores que criam um mundo lúdico e que nas entrelinhas fazem uma crítica social, quebrando o preconceito contra o grafite e arte de rua que é desenvolvida por quem, na maioria das vezes, está a margem da sociedade e dissociando o grafite da pichação.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Praças em movimento


Como um pic-nic com vizinhos pode tornar a vida nas cidades melhor


As praças sempre foram locais de convivência e reunião de pessoas, porém ao longo do tempo foram perdendo espaço em grandes cidades como São Paulo e se tornando abandonadas, mal freqüentadas e esquecidas por grande parte da sociedade e do governo.

Triste com a situação da praça perto de sua casa, Alice pediu no seu 4º aniversário que a mãe lhe desse um parquinho novo. Comovida com o pedido da filha, Carolina juntou forças, reuniu parceiros e reformou a pracinha, trazendo novos brinquedos e uma cara nova ao local. A prefeitura também ajudou, refazendo a calçada que estava danificada.

Inspirados por isso, moradores da região (Alto de Pinheiros, Lapa, Sumarezinho, Vila Romana e Vila Anglo) resolveram se unir e movimentar as praças, fazendo pic-nics todo último domingo do mês. Foi assim que surgiu em 2008 o Movimento Boa Praça, com pessoas que procuram trazer de volta à praça aquela conotação de vizinhança e convivência.

O último evento do grupo foi na Praça Amadeu Decome (Rua Cerro Corá – Alto da Lapa) e contou com diversão para as crianças, apresentações artísticas, lanche saudável e ainda um posto de atendimento que estava medindo a pressão arterial, calculando índice de massa corpórea e vendo os níveis de glicemia de quem se encontrava no local. Além de tudo isso, ainda houve orientações sobre nutrição, amamentação, fonoaudiologia e muito mais.

O movimento está crescendo e conseguindo cada vez mais apoio e mais atividades para seus domingos de convivência. Todos estão convidados aos eventos (é só ficar ligado nos convites que estão no blog) e a iniciativa também pode ser seguida por quem quiser em sua região. Basta um pequeno passo como um encontro de vizinhos para que o grande problema de convivência nas cidades melhore.

Assista a reportagem sobre o Movimento no SPTV. Outras reportagens e publicações estão no blog.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

I will survive


As baladas GLS de São Paulo são um exemplo de respeito às diferenças que tamanha metrópole agrega. Ali, dançam tranquilamente gays, lésbicas, transexuais e heterossexuais, sem nenhuma distinção. Em uma cidade onde muitas são as ocorrências devido à homofobia, tal lugar merece destaque.

Michele Alves* é heterossexual, mas costuma freqüentar as baladas GLS: “Além de o som ser melhor, tendo os melhores Djs, aqui é muito mais tranqüilo e o pessoal é bem mais comportado”, diz.

E é nesse ambiente que você percebe as mudanças que envolvem os gays. Antes marginalizados, hoje, com raras exceções, estão incluídos de maneira igualitária na sociedade, ocupando papel de destaque na cidade de São Paulo. Prova disso é a Parada Gay que nesse ano atraiu cerca de 3 milhões de pessoas na avenida Paulista. Para Michele Alves os gays são aceitos, mas não de maneira completa; “Eu acho que tem gente que aceita somente por aceitar, mas não os compreendem. Os gays são pessoas sinceras consigo mesmas, eles têm coragem de assumir o que sentem”, declara.

Em meio às luzes da boate, encontramos Jeferson Pires*. Quem o vê dançando não sabe que há pouco tempo atrás Jeferson não admitia sua homossexualidade. “Eu desde criança tinha uma curiosidade de saber como era ficar com outros meninos. Só que todos me ensinaram que eu tinha que ficar com meninas, porque este era o certo, e eu acreditava nisso e acabava ficando com elas”, diz.

Tudo mudou na vida de Jeferson quando ele conheceu Pedro. Logo eles se tornaram amigos: “Pedro tinha curiosidade também e nós começamos a conversar sobre o assunto. Um dia eu criei coragem e descobri que era o que eu gostava de verdade”.

Quanto à família, ele no início encontrou problemas com sua mãe que não aceitava suas novas amizades. “Ela falou que ia me expulsar de casa, mas depois ela foi percebendo, foi vendo que não tinha nada a ver, até acabar aceitando. Ela não sabe da minha boca, mas ela desconfia do que acontece e aceita”, diz Jeferson.

Segundo Maria, tia de Jéferson, ele tinha o gênio muito forte, chegando a ser rude com as pessoas. Quando ele se assumiu para uma parte da família, ele mudou o comportamento ficando mais amável: “Percebemos que era melhor pra ele”, admitiu. Jéferson trabalha durante toda a semana e nos finais de semana aproveita para ir até a balada com os amigos.

Hoje a grande maioria das baladas além das músicas eletrônicas, contam também com strippers e shows de travestis, cuja as apresentações se inspiram em cantoras Pop famosas, como Britney Spears, Beyoncé, e a nova queridinha do público GLS Lady Gaga. Mas se procurar bem é possível encontrar também travestis inspiradas no ícone dos anos 80, Madonna, além de uma extravagante Gretchen dublando La Conga, sucesso da cantora.

* Nomes foram trocados a pedido dos entrevistados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Hospedaria relembra fatos de SP





O Memorial do Imigrante, também conhecido como Museu do Imigrante, funciona em um prédio que foi utilizado como Hospedaria de Imigrantes da Capital durante 91 anos. Construída entre 1886 e 1888 a hospedaria recebeu estrangeiros de 70 nacionalidades diferentes, sobretudo européias e asiáticas. Sem possuir dinheiro para se manter no Brasil, a maioria dos imigrantes ficava nela por no máximo oito dias até conseguir arrumar sua documentação e partir para as fazendas em que iriam trabalhar.

O objetivo das exposições do Museu do Imigrante é resgatar um pouco da história do país e hoje ele é um dos principais pontos turísticos e culturais da cidade de São Paulo. Além de abrigar vários documentos sobre a Hospedaria, possui salas que contam fatos da história, como a Segunda Guerra Mundial, e uma pequena fazenda de café. O visitante pode também fazer um passeio de trem que é conhecido por Maria-Fumaça.

Guilherme Engler, de 22 anos, já foi ao Museu do Imigrante para visitar uma exposição de carros antigos e interessou-se mais pelo passeio de trem. Para ele, é importante as pessoas visitarem os museus de suas cidades, pois é um meio de se conhecer a própria história.

Já o que Thales Artur dos Santos, de 18 anos, mais gostou no museu foi a exposição de quadros e estátuas. Assim como Guilherme, ele acredita ser importante as pessoas visitarem museus e recomenda a visita ao Memorial do Imigrante. “É legal poder ver o passado do Brasil, já que os imigrantes que vieram para cá influenciaram muito a nossa cultura. O museu está em perfeito estado e não há como se decepcionar”.

O museu, neste semestre, mostra algumas exposições sobre a França, em homenagem ao ano da França no Brasil, e outra sobre os 180 anos de imigração alemã em São Paulo. Durante o mês de setembro ele exibiu retratos da família brasileira, tirados pela brasileira Fifi Tong, que pertencem à exposição “Origens”. Segundo a retratista, o objetivo da exposição foi provocar discussões sobre o valor da família e mostrar a influência da carga genética na construção do povo brasileiro.

Fifi Tong disse que se inspirou em recordações de sua família, descendente de chineses de Xangai. Iniciou seu trabalho fotografando apenas mulheres mas, após perceber a diversidade da população brasileira, passou a retratar outras famílias, especialmente aquelas mais antigas, com muitas gerações.

O Memorial do Imigrante funciona de terça a domingo, das 10 às 17h, inclusive feriados. Localiza-se na Visconde de Parnaíba, 1316, na Mooca. Possui também dois auditórios que podem ser usados para apresentação de palestras e aulas e um espaço chamado de “Sala das Bandeiras”, onde é possível encontrar várias delas, cedidas por consulados e associações, e informações sobre os países ali representados.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dias & Riedweg inovam em exposição

A artista Tomie Ohtake

Assim como muitos outros, a japonesa naturalizada brasileira Tomie Ohtake, é uma nikkei que alcançou destaque em sua área de atuação. Ela veio para São Paulo, em 1936, mas só iniciou sua carreira aos quarenta anos de idade. Pintora, gravadora e escultora exibiu sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna. Tomie Ohtake também recebeu o prêmio melhor pintor do ano, em 1974 e 1979, e, em 1983, o prêmio personalidade artística do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1995 recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura. Em 2000, foi lançado em São Paulo o Instituto Tomie Ohtake, idealizado e coordenado por Ricardo Ohtake e projetado por Ruy Ohtake.

Atualmente, o Instituto apresenta uma exposição de Dias & Riedweg, com curadoria de Agnaldo Farias, que expressa alteridade por meio de vídeoinstalações e fotografias em torno do conceito de paraíso. Logo no começo a atenção é focada para várias maletas abertas, dentro delas há um vídeo mostrando cada maleta sendo passada de mão em mão.

Em um ambiente o público se surpreende com dois vídeos. Um deles apresenta o funk na favela, com os moradores dançando, fazendo churrasco, brincando com uma boneca inflável e se divertindo. Cada cena é comparada com uma gravura de índios. Ao redor da sala há algumas gravuras representando fotografias do mesmo episódio do vídeo. Ao atravessar uma série de balanças, que forram o chão, os espectadores assistem ao outro vídeo que é dividido em duas partes. Em um deles um travesti lê a Constituição e o outro foca nos moradores da favela dançando funk.

O segundo ambiente se inicia com um vídeo que mostra duas pessoas se olhando, depois há uma sequência de vários mini vídeos, cada um em um cenário diferente com uma história particular. Ao andar alguns passos o público se depara com um telão envolto por um quadrado cheio de areia e algumas cadeiras. Ele projeta um filme que conta uma história de amor, que envolve três pessoas isoladas em uma ilha, com o cenário da praia. Ao fundo da sala é possível ver outro telão que mostra o mar. No mesmo ambiente também há algumas gravuras que possibilitam a movimentação das imagens conforme a posição do espectador.

A exposição surpreende pelo fato de promover o inesperado. Geralmente as pessoas vão às exposições esperando ver quadros e esculturas, raramente vídeos e fotografias são expostos no lugar destes. Essa substituição costuma focar mais a atenção do público, além de facilitar o entendimento do que os artistas querem transmitir. Nunca tinha ouvido falar nesses artistas, mas a idéia que tive deles foi a de inovação, o que não poderia ser mais propício em uma era de tecnologias que nós estamos vivendo. Portanto, vale a pena conferir!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mulheres invadem as corridas

Competições no Jockey Club são também uma guerra dos sexos

As mulheres estão mostrando que não existem mais profissões só para homens e um exemplo disso são as joquetas, mulheres que disputam corridas de cavalo. Apesar de serem apenas cinco mulheres correndo atualmente no Jockey Clube de São Paulo, a participação delas está cada vez mais importante.


Jeane Alves é uma delas, que saiu de Acopiara, Ceará, e veio para São Paulo com o objetivo de realizar seu grande sonho: garantir o seu espaço no turfe mundial. Ela está morando em São Paulo há um ano e 10 meses e já conseguiu muitas vitórias em sua carreira, inclusive receber o prêmio de melhor joqueta do Jockey Club da Cidade Jardim.

Para quem não sabe como essa disputa funciona, Jeane explica que ocorrem em média dez páreos (corridas) a cada dia de competição e que em cada corrida ela corre com um cavalo diferente. Sobre a premiação, a joqueta conta que esta só existe até o quinto colocado.

Ao ser questionada sobre se há alguma competição especial entre homens e mulheres Jeane diz: “Os meninos têm preconceito com as meninas. Eles nos criticam porque podemos pesar dois quilos a menos de vantagem e eles queriam que fosse peso a peso”. Ela justifica esse benefício como sendo necessário: “Já que falam que a mulher é frágil, nós temos o direito de ter essa vantagem. Afinal, temos menos força”.

Para Jeane, deveria haver mais mulheres nas raias para uma disputa igualitária: “Às vezes competem 10 jóqueis e uma joqueta. Seria bem legal se houvesse mais mulher ou que fosse dividido meio a meio. Pelo menos seria mais justo”. A jovem joqueta atribui esse problema a discriminação da profissão: “Existe muita discriminação por ser um trabalho masculino. Elas (mulheres) se sentem frágeis de ficar num lugar onde só tem homem”.

Nascida e criada em uma fazenda, Jeane Alves convive com cavalos desde sua infância: “Quando criança mexia com cavalos e, conforme eu fui crescendo, comecei a participar da vaquejada (competição na qual dois vaqueiros a cavalo têm que fechar o boi e derrubá-lo)”.

A rotina de treinos é puxada, os jóqueis e as joquetas treinam das 6 às 10 horas da manhã e depois das 14h30min às 16h. Além disso, a alimentação também deve ser balanceada: “Temos que manter o peso. A gente come mais frutas, mais coisas lights, muitos legumes e verduras, carne com menos gorduras etc”.

Quando interrogada sobre os seus planos Jeane conta que pretende parar: “A gente precisa parar um dia. Precisa pensar no futuro, nos estudos, temos vontade de criar uma família. Não tem como conciliar a família, os estudos e a profissão. Além do mais, a mulher vai ficando mais pesada e mais velha, o que dificulta. Lá pelos 30 anos pretendo dar adeus aos cavalos”.

domingo, 4 de outubro de 2009

Oportunidades no Centro de SP


Placa humana resiste ao tempo e é boa opção para desempregado


O Instituto de Pesquisa Econômica Avançada, IPEA, revelou em uma pesquisa que o desemprego cresceu para os que têm mais anos de estudo. Os dados apresentados mostram que 56,1% dos desempregados no Brasil metropolitano tinham mais de 11 anos de educação.

Arion Jaquetti, 29 anos, é formado em administração de empresas e está procurando uma vaga há aproximadamente dois meses. "Já fui chamado para fazer entrevistas, mas a concorrência é muito grande. Continuo procurando, de todas as formas possíveis", afirma Arion. Ele está tentando conseguir um cargo relacionado com sua área de conhecimento e além das agências de emprego, está recorrendo aos anúncios feitos por placas humanas na Rua Barão de Itapetininga, próxima ao Teatro Municipal de São Paulo. "Algumas empresas que anunciam [nas placas] são verdadeiros lixos, mas tem que confiar né?", completa Jaquetti.

João Silva* é uma das pessoas que ficam expondo vagas de empregos. Plaqueiro há um ano, conseguiu esta vaga depois de percorrer as ruas do Centro e pedir ajuda aos que já exerciam o cargo. "Eu pego o currículo e depois entrego pra uma empresa. Vem muita gente, de todas as regiões da cidade e do país" afirmou o homem de 58 anos. Quando questionado se muitos realmente conseguiam emprego, João respondeu que "hoje mesmo tem uma mulher levando os documentos porque foi contratada".

A técnica em nutrição Sandra Marinco Naka, 38 anos, também está desempregada. Ela tem procurado uma colocação há quatro meses e está utilizando como recursos agências de empregos, o sindicato dos trabalhadores e os anúncios feitos por plaqueiros, mas afirmou que nada dá segurança. Sandra começou procurando cargos relacionados com sua formação, mas hoje expandiu sua busca para qualquer oferta. "A maioria das vagas são para telemarketing, mas eles só aceitam gente nova. Além disso, acontece muito encaixe, gente que foi recomendada consegue emprego mais facilmente", afirmou Naka.

Reginaldo Alves, 40 anos, concorda com Sandra. Ele está atualmente empregado, mas estava entregando o currículo de um amigo. Segundo Reginaldo, "é difícil conseguir qualquer vaga hoje, tudo depende muito do Q.I. – quem indicou".

As placas e faixas de empregos fazem parte da história da cidade, assim como o Centro onde ficam. Sobreviveram ao tempo e à internet, sendo em tempos de crise econômica uma chance maior de conseguir o nem sempre dos sonhos, mas necessitado emprego.

*A pedido do entrevistado, o nome foi alterado.

domingo, 13 de setembro de 2009

O cortejo



Monotonias das minhas retinas...
Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
Todos os sempres das minhas visões! "Bom giorno, caro."

Horríveis as cidades!
Vaidades e mais vaidades...
Nada de asas! Nada de poesia! Nada de alegria!
Oh! Os tumultuários das ausências!
Paulicéia - a grande boca de mil dentes;
e os jorros dentre a língua trissulca
de pus e de mais pus de distinção...
Giram homens fracos, baixos, magros...
Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...

Estes homens de São Paulo,
Todos iguais e desiguais,
Quando vivem dentro dos meus olhos tão ricos,
Parecem-me uns macacos, uns macacos.

Mário de Andrade
Paulicéia Desvairada (1922)

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